TPS 2018 | Questão objetiva comentada – Política Internacional

TPS 2018 | Questão objetiva comentada – Política Internacional

Nesta questão do TPS 2017, o professor Felipe Estre comenta os temas pertinentes de Política Internacional, contidos no Edital do CACD de 2018.

O mote são, pois, itens sobre a história da Política Externa Brasileira (PEB), em especial sobre o governo de Juscelino Kubitschek (JK).

A história da PEB é tema-fulcral da prova de Política Internacional do CACD.

É difícil que os postulantes à carreira diplomática resolvam bem uma questão de PI sem conhecê-los com segurança.

Para que obtenha a aprovação, o (a) candidato (a) não pode descuidar desse item de jeito algum.

Nas últimas edições do certame, voltou-se a ter quatro questões de Política Internacional, por exemplo, valendo 100 pontos no total.

ATENÇÃO, cacdista!

Apesar de Política Internacional ser uma matéria bastante dinâmica, com diversas questões versando sobre temas recentes, a análise de questões de anos anteriores pode ser uma ferramenta valiosa para melhor entender a prova.

Deve-se, contudo, saber o que procurar. Assim, não cairá no erro de achar que é necessário ter uma memória infinita para conseguir responder o que é pedido.

Escolhida pelo docente, a questão do último TPS foi selecionada com este objetivo:

– Apresentar qual deve ser a abordagem ao revisar as provas anteriores;

– Entender o que pensava o examinador ao fazer a prova;

– Identificar padrões de temas e de demandas em termos de análise que são exigidas regularmente.

Vale também lembrar que:

– A prova costuma apresentar cerca de 50% de questões cujas respostas são indicadas diretamente na literatura;

– 40% de questões em que você não saberá com certeza a resposta, mas poderá pensar se a informação faz ou não faz sentido (questões analíticas);

– E até 10% de questões de nível difícil, nas quais deixar em branco é uma opção a ser considerada.

Mas cuidado: deixar questões demais em branco normalmente faz a aprovação ficar mais distante.

Portanto, sem mais delongas, vamos à questão!

 

TPS 2017 – Repostas e Comentários da Questão 13

O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) foi caracterizado pela ênfase nos projetos de desenvolvimento econômico, por meio de ações voltadas para a industrialização e de investimentos em infraestrutura.

Essa agenda interna influenciou também a formulação de sua política externa.

A respeito da atuação externa do Brasil durante a gestão de Juscelino Kubitschek (JK), julgue (C ou E) os próximos itens.

  1. O debate sobre a Operação Pan-Americana acabou contribuindo para que fosse concretizada uma das aspirações dos países latino-americanos: a criação de uma instituição para financiar projetos de desenvolvimento na região, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, cujas operações tiveram início em 1960.

CERTO – Uma candidata ou um candidato bem preparado deve varrer as provas anteriores para atentar aos temas recorrentes.

Dentre os temas cobrados pelo CESPE em relação à política externa brasileira, a Operação Pan-Americana é dos mais recorrentes (TPS 2008, INMETRO 2009, INMETRO 2010 por exemplo).

Ou seja, motivo pelo qual deve ser bem estudado: contextualização, objetivos, consequências – uma delas, a criação do BID.

  1. O governo de JK buscou ativamente o apoio norte-americano para o desenvolvimento da América Latina, por meio da Operação Pan-Americana. Seus esforços, porém, encontraram resistências nos Estados Unidos da América e nas instituições financeiras internacionais. A dificuldade em obter acesso a financiamentos externos levou, inclusive, ao rompimento do Brasil com o Fundo Monetário Internacional em 1959.

CERTO – Em assertivas mais longas, é altamente recomendado segmentar a leitura, analisando cada parte em busca de informação incorreta.

Lembre-se sempre: você deve sempre partir da “presunção de inocência” da assertiva, de que ela está certa a menos que haja algo que incontestavelmente a torne errada – jamais o contrário.

Parece lógico, mas, especialmente depois de anos de estudo, a grande quantidade de informações acumulada muitas vezes leva a atenção demasiada a detalhes, o famoso “procurar pelo em ovo”, que deve ser evitado a todo custo.

É tradicional na condução da política externa brasileira a associação dos mais diversos temas ao desenvolvimento.

No caso da OPA, percebemos esse mesmo modus operandi: associação de segurança (no caso, combate ao comunismo) com promoção de desenvolvimento – primeira parte da questão correta.

Em seguida, fala-se sobre resistência dos EUA, o que é consistente com a postura do governo Eisenhower em relação à OPA, e resistência de instituições financeiras internacionais.

Ainda que possa parecer estranho falar sobre resistência dessas instituições, a redação genérica não nos permite encontrar nenhuma informação que torne invalida a assertiva.

Por fim, fala-se sobre o rompimento com o FMI em 1959, um dos eventos marcantes da segunda fase do governo JK. Conclusão: gabarito correto.

  1. No âmbito multilateral, o Brasil alterou sua posição tradicional e passou a criticar, na ONU, a política colonialista de Portugal.

ERRADO – Relações Brasil-África são um tema recorrente cobrado, tanto no TPS quanto nas fases avançadas.

Apenas ter lido a sugestão de resposta da terceira questão de política internacional do ano passado seria suficiente para encontrar o erro:

A mudança de postura em relação a Portugal se concretiza apenas em Geisel.

As questões discursivas são de leitura obrigatória, pois, além de revisão, são um riquíssimo repertório de argumentos.

  1. O governo de JK reatou relações comerciais com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, sem, no entanto, restabelecer as relações diplomáticas em sua plenitude.

CERTO – Ainda que o restabelecimento de relações diplomáticas com a URSS tenha ocorrido apenas com Goulart, as comerciais, de fato, foram restabelecidas em JK.

As relações com URSS são recorrentemente mencionadas pela literatura indicada de PEB. Por isso, não devem ser ignoradas pelos candidatos.

Neste caso, a informação é apresentada em:

– História da política exterior do Brasil (Cervo);

– Cronologia (Vargas Garcia);

– A projeção internacional do Brasil (Visentini).

 

Aposte na prática dos exercícios

A melhor forma de consolidar os conhecimentos que você adquire nos estudos é praticar com exercícios.

Sendo assim, esperamos que este artigo tenha contribuído com seus estudos.

Bem como, essa questão possa ter te ajudado(a) em Política Internacional e solucionado dúvidas relacionadas à história da PEB.

Se você quiser ter acesso a mais questões comentadas, é só acessar AQUI.

Bons estudos!

 

CACD – Docente Especializado

Felipe Estre é bacharel em relações internacionais pela USP, mestre em relações internacionais – política internacional pela PUC-Rio.

Especialista em teoria das relações internacionais, possui também experiência na área de segurança internacional.

Participou da elaboração do anuário “Direitos Humanos: O Brasil na ONU”, publicado pela ONG Conectas Direito Humanos.

Trabalhou na Red de Seguridad y Defensa de América Latina, sediada em Buenos Aires. Lá, contribuiu para a elaboração do “Atlas Comparativo de la Defensa en América Latina y Caribe – 2010″.

Como também participou do projeto de pesquisa “Formación y Educación Militar: lós Futuros Oficiales y la Democracia”.

Além de professor de política internacional, é responsável pela coordenação pedagógica do IDEG em São Paulo. Afinal, possui grande conhecimento das disciplinas e das provas do CACD.

1 comentário

  • Mencionou que a melhor forma de consolidar os conhecimentos que você adquire nos estudos é praticar com exercícios. Isso sem dúvidas! Obrigada pelas explicações tem me ajudado muito.

    Priscilla

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