TPS 2018 | Questão objetiva comentada – Teoria das Relações Internacionais

TPS 2018 | Questão objetiva comentada – Teoria das Relações Internacionais

Nesta questão do TPS 2017, o professor Felipe Estre comenta os temas pertinentes de Política Internacional, contidos no Edital do CACD de 2018.

O mote são, pois, itens sobre a Teoria das Relações Internacionais.

As teorias das Relações Internacionais são, inegavelmente, temas-fulcrais da prova de Política Internacional do CACD.

É muito complicado para os postulantes à careira diplomática resolver bem uma questão de PI sem conhecê-las com segurança.

Para que obtenha a aprovação, o (a) candidato (a) não pode descuidar desse tema “feijão com arroz” de jeito algum.

Nas últimas edições do certame, voltou-se a ter quatro questões de Política Internacional, por exemplo, valendo 100 pontos no total.

Portanto, focar em PI é fundamental.

 

ATENÇÃO, CACDista!

Apesar de PI ser uma matéria bastante dinâmica, com diversas questões versando sobre temas recentes, a análise de questões de anos anteriores pode ser uma ferramenta valiosa para melhor entender a prova.

Deve-se, contudo, saber o que procurar para não incorrer no erro de achar que é necessário ter uma memória infinita para conseguir responder o que é pedido.

A questão abaixo foi selecionada com este objetivo:

– Apresentar qual deve ser a abordagem ao revisar as provas anteriores;

– Entender o que pensava o examinador ao fazer a prova;

– Identificar padrões de temas e de demandas em termos de análise que são exigidas regularmente.

Vale lembrar também:

– A prova costuma apresentar cerca de 50% de questões cujas respostas são indicadas diretamente na literatura;

– 40% de questões em que você não saberá com certeza a resposta, mas poderá pensar se a informação faz ou não faz sentido (questões analíticas);

– E até 10% de questões de nível difícil, nas quais deixar em branco é uma opção a ser considerada.

Mas, cuidado: deixar questões demais em branco normalmente faz a aprovação ficar mais distante.

Enfim, sem mais delongas, vamos à questão!

 

TPS 2017 – Respostas e Comentários da Questão 22 – PI

A respeito de alguns dos principais paradigmas teóricos referentes ao estudo das relações internacionais, julgue (C ou E) os itens que se seguem.

1- Nas teorias feministas das relações internacionais é comum o argumento de que questões relativas à reflexividade e à subjetividade devem ser excluídas das pesquisas, de modo a evitar prejuízos ao ideal da objetividade do conhecimento.

ERRADO – Teorias das relações internacionais é dos temas mais recorrentes no TPS (desde 2008, apenas em 2015 não foi cobrado). Por essa razão, não pode ser negligenciado de maneira nenhuma.

Além disso, outra tendência percebida é uma exigência maior em relação às perspectivas teóricas, uma ampliação do escopo cobrado.

Por essa razão, não deveria ser uma surpresa uma assertiva sobre feminismo.

Mas, ainda assim, pode não ter dado tempo de estudar, acontece… Se, for esse o caso, não desanime, e tente ler a assertiva com atenção:

Você está se preparando para essa prova já há algum tempo, e tem repertório suficiente para conquistar alguns pontos mesmo em temas incomuns.

Nesse caso, bastaria pensar o básico: é de se imaginar que teorias feministas partem do pressuposto de que há uma especificidade na condição de mulher; Não faz sentido pensar, então, que subjetividade deve ser excluída, pelo contrário.

Mesmo sem nunca ter estudado teoria feminista, haveria caminhos para encontrar o gabarito.

 

2- Um argumento importante desenvolvido pelo teórico idealista Norman Angell é o de que a guerra não é economicamente proveitosa para os países agressores.

CERTO – Não é a primeira vez que o TPS cobra autores específicos de relações internacionais. Certamente, isto nos mostra a necessidade de conhecer não apenas as teorias e sua evolução, mas também os principais teóricos.

O primeiro grande debate das Relações Internacionais ocorre no entre guerras, e opõe idealistas (os primeiros liberais) e realistas.

Norman Angell é o grande expoente do primeiro grupo, tendo inclusive ganhado o Nobel da Paz em 1933. O argumento central de sua obra A grande ilusão é justamente o de que a guerra não traria benefícios financeiros, por atentar contra o comércio.

 

3- A metodologia eclética e pluralista típica da escola inglesa decorre das especificidades das seguintes categorias analíticas: sistema internacional, sociedade internacional e sociedade mundial.

CERTO – É a terceira vez que Escola Inglesa é cobrada em TPS, motivo pelo qual não pode ser negligenciada.

A assertiva nos mostra a importância de não apenas assistir aulas, mas também ter contato com a literatura.

Seria difícil refutar a afirmação de que a metodologia dessa perspectiva teórica é eclética e pluralista: a afirmação é genérica, e a Escola Inglesa é caracterizada justamente por pensar as RI como herdeiras de tradições de pensamento da filosofia ocidental.

Toda teoria tem suas categorias analíticas, e bastaria ter lido os capítulos introdutórios de A sociedade anárquica de Bull para identificar a distinção entre “sistema” e “sociedade”, entre “internacional” (apenas entre Estados) e “mundial” (que inclui maior variedade de atores).

 

4- Um dos princípios do realismo político de Hans Morgenthau é o de que o interesse dos Estados nunca pode ser definido exclusivamente em termos de poder.

ERRADO – Realismo é a teoria mais cobrada pelo CESPE e mais importante historicamente nas RI;

Morgenthau, junto de Waltz, são seus mais famosos expoentes. É necessário conhecer seus principais argumentos.

O primeiro princípio do realismo político definido por Morgenthau é: “os interesses dos Estados são definidos em termos de poder”. Sendo assim, a assertiva está incorreta.

 

TPS 2018: estudar e praticar é o melhor lema!

Sem dúvida, a melhor forma de consolidar os conhecimentos que você adquire nos estudos é praticar com exercícios.

Esperamos que essa questão tenha sido útil para refrescar questões relacionadas às teorias das Relações Internacionais.

Se você quiser ter acesso a mais questões comentadas, é só acessar AQUI.

Bons estudos!

CACD – Docente Especializado

Felipe Estre é bacharel em relações internacionais pela USP, mestre em relações internacionais – política internacional pela PUC-Rio.

Especialista em teoria das relações internacionais, possui também experiência na área de segurança internacional.

Participou da elaboração do anuário “Direitos Humanos: O Brasil na ONU”, publicado pela ONG Conectas Direito Humanos.

Trabalhou na Red de Seguridad y Defensa de América Latina, sediada em Buenos Aires.

Lá, contribuiu para a elaboração do “Atlas Comparativo de la Defensa en América Latina y Caribe – 2010″. Como também participou do projeto de pesquisa “Formación y Educación Militar: lós Futuros Oficiales y la Democracia”.

Além de professor de política internacional, é responsável pela coordenação pedagógica do IDEG em São Paulo. Afinal, seu conhecimento abrangente das disciplinas e das provas do CACD devem ser levados em consideração e compartilhado com todos os alunos!

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