¡Salud, amor y plata! ou a prova de espanhol do CACD 2022
Uma semana antes da última prova do CACD, a minha amiga Mari Lima usou a expressão “sangria desatada” para descrever a correria louca da reta final do CACD. Lógico, na hora pensamos em brindar “salud, amor y plata” com uma boa sangria, talvez até com um croque madame para acompanhar essa celebração multicultural, mas, na prática, a sangria (e era desatada) era a própria prova, literalmente.
Bom, o resumo em si não foi um grande problema.
Foi um texto informativo, com temática social – ano passado nós já conversamos sobre esse caminho até então tomado pela banca e confirmado neste ano – e sem grandes complexidades. Isso quer dizer que muitos de vocês já estavam, em alguma medida, preparados para enfrentar algo assim, pois uma das possibilidades com as quais mais trabalhamos ao longo dos cursos de discursivas foi justamente a de textos informativos (lembram dos textos do Putin? Pois é, é sobre isso).
Conversamos sobre a estrutura de um texto informativo e mergulhamos em várias atividades que buscavam justamente resumir esse tipo de texto, mais que isso, o analisamos com profundidade. O texto foi claro e organizado, com marcadores textuais pontuando todo o desenvolvimento. Algumas expressões idiomáticas e citações diretas aqui e ali, mas com uma extensão razoável.
Durante o nosso trabalho, também exploramos muito a temática social/cultural e, de novo, fomos brindados com a sua presença. O texto trouxe justamente esse tema, combinando assuntos que trabalhamos com recorrência: questões culturais, sociais e temas econômicos, assim como análises específicas dentro de cada um deles.
Sem grandes surpresas.
Já a versão, pois aí que entornou o caldo da sangria.
Seguimos no reino dos textos literários. Ela foi longa. E se ela viesse sozinha, vocês beberiam essa sangria “con gusto”, o problema é que ainda tinha a prova de francês para fazer.
Em termos de palavras insólitas ou nervosas (mais uma vez, referindo-me a minha amiga Mari Lima), tínhamos algumas coisas bem interessantes como: canapé, rapagões, namorico, chover no molhado, sangria desatada (será que tinha ameixa nela? Seria muito poético.). Mas isso não chegou a ser um grande problema, pois, como trabalhamos com recorrência, essas palavras representam muito pouco do total do texto a ponto de ser um obstáculo real para um bom desempenho. Além disso, nós trabalhamos muitas estratégias para dar conta delas, não é uma palavra insólita que vai te desestruturar ou te tirar da linha de chegada.
Em termos de gramática, lembram quando eu prometi para vocês que veríamos pronomes “hoje e para o resto de nossas vidas?”. Pois aí estavam, povoando a prova em várias estruturas. Onde posicionar esse pronome? Qual pronome usar? Tudo isso, mais uma vez, foi cobrado na prova. Lembram do material de revisão na semana anterior à da prova? Nós, mais uma vez, abordamos pronomes.
Uma coisa interessante: uma das constâncias dos nossos cursos foi lembrá-los de que pontos exclamativos (¡!) e interrogativos (¿?) no espanhol são duplos, e foram muitas as vezes em que eles apareceram. Outra particularidade do texto foi o fato de trazer um diálogo, nada novo para vocês, pois nós trabalhamos com alguns textos assim – intercalando terceira e primeira pessoa, especialmente com diálogos – ao longo do nosso curso de discursivas, inclusive conversamos sobre pronomes e formas de tratamento. Um dos nossos temas de revisão em aula, o dos pretéritos, também caiu na prova, vários deles estavam presentes no texto de Artur Azevedo. Até mesmo o subjuntivo, que conversamos ser menos frequente, apareceu.
Acredito que a maior dificuldade da versão estava na dicotomia tamanho x tempo, e não em vocabulário e temas gramaticais. Quem se dedicou ao idioma, estudou, revisou e praticou atividades similares às da prova não deve ter encontrado grandes dificuldades. Mais uma vez, o recado da prova é claro: estudar espanhol faz diferença sim!
Cris Huffel
Profª. de Espanhol