Como ter uma preparação de qualidade para o concurso de diplomata?

Como ter uma preparação de qualidade para o concurso de diplomata?

Um cacdista enviou essas perguntas em um grupo de mensagens, de maneira tão sensível e elegante, que não pude deixar de comentar em detalhes. Espero que minhas palavras não sejam interpretadas apenas como uma demonstração do que o IDEG é, mas, sim, como uma análise ampla  do “mercado da preparação ao CACD hoje” (ambiente em que vivo, cada dia de minha vida, há mais de uma década). Portanto, imagino que estas informações “de mercado” sirvam a todos(as). Quem  tiver a paciência para ler o texto, encontrará informações ricas sobre o que é ofertado em termos  de preparação, como se pode ofertar e qual a minha percepção acerca do que é correto e justo  (obviamente, é a visão do IDEG também).

Gostaria de trazer duas reflexões: uma sobre a estrutura do universo cacdista e outra sobre o que fazemos no IDEG. O IDEG não oferece os cursos mais caros do mercado nem busca “elitizar” a preparação.  Vou mostrar o porquê.

Mas, antes, vamos a alguns dados. 

Tomarei como referência os cursos de preparação teórica que oferecemos. Eles representam a  maior parte do esforço que você fará em sua caminhada. Além disso, considerarei apenas as falas  de aprovados(as) nas provas recentes do CACD (2017 em diante), afinal, é pouco relevante a fala de  alguém que passou há 15 anos em um concurso que se modifica anualmente (compare a prova de TPS de 2020 com a de 2022). A diferença de dificuldade é abissal e as demandas da prova  completamente distintas. A não ser, claro, que a pessoa se dedique integralmente à preparação, o que seria absurdo para um diplomata cujo foco central não é o CACD.

Estou fundando minha fala (e sugestões) em estatísticas que levanto anualmente aqui na escola.  Tomando os três últimos concursos, 98% dos aprovados fizeram cursos conosco e 76% cursaram 6 ou mais cursos teóricos no IDEG em sua trajetória. Não estou dizendo em momento algum que essas  pessoas estudaram apenas no IDEG e nem que fizeram estes cursos apenas no ano que passaram na prova. Certamente, fizeram outros cursos com professores referenciais.

Da mesma forma, não estou considerando o banco de dados total do IDEG, mas, sim, matrículas  efetivas nos cursos. Eu mentiria se dissesse que as mais de 80.000 pessoas em nossos registros  foram ajudadas pelo IDEG. Infelizmente, esta prática rasa de marketing é comum no mercado e gera assimetrias. O cálculo das estatísticas, no IDEG, é feito de forma séria e tem dupla finalidade: prestação de contas de nosso trabalho a todas as pessoas que estudam conosco e confiam em nossa  proposta e geração de informações corretas que possam ser usadas em publicidades.

Falemos dos cursos e dos preços.

Um curso teórico aqui na escola possui entre 90 e 120 horas de duração, é ministrado por muitos dos maiores nomes da preparação ao CACD, é referência de qualidade afirmada por qualquer aprovado(a) que você perguntar e custa R$ 1.980,00. Vou detalhar a explicação.

A carga horária ampla é ajustada perfeitamente às demandas do concurso. Penso que você tenha  feito o TPS de 2022. Não resta dúvida sobre a necessidade de conteúdo para a obtenção de nota, é  a matéria prima do desempenho. Evidentemente, seria muito mais cômodo criar cursos com 40, 50 ou 60 horas, cobrar algo entre R$ 500,00 e R$ 1.500,00 e difundir a ideia de que as aulas são  secundárias e que você pode “tirar a diferença com leituras”. O lucro seria maior. Afinal, teríamos  que pagar metade (ou menos) do que pagamos hoje para o docente e não precisaríamos prestar  contas aos alunos… se o desempenho for baixo… desculpe, você que não leu direito (não desenvolveu o autodidatismo, as competências, etc.) as “superindicações de leitura que apenas o  professor conhece”.

O IDEG não produz discursos desconectados da realidade da prova atual. Quando falo com  aprovados(as), até hoje não vi ninguém afirmando que gastou pouco tempo vendo aulas. A maioria  esmagadora assistiu a cursos longos no IDEG, viu cursos densos com outros(as)  professores(as) referenciais e dedicou enorme tempo às leituras indicadas e composição de  material próprio de estudo (reelaboração). São ferramentas claramente complementares e  necessárias. Então, a primeira justificativa para o preço do IDEG é simples: além de cursos com  densidade apropriada, você compra a segurança de um método real, com eficácia comprovada, com  fundamentos construídos ao longo de muitos e muitos anos e sabe perfeitamente que pode contar  com uma equipe que é técnica, experiente e que não está inventando nada. Você não será cobaia de ninguém. E isso tem valor.

Sugestão: quando for avaliar o preço de um curso, além de pesar o custo-benefício em qualidade,  faça um exercício: tente pensar com a cabeça do(a) dono(a) de um curso. A melhor forma de  maximizar o lucro é oferecendo pouca carga horária (o que gera menor custo de remuneração para  o professor) e adotando um discurso que “tira o corpo fora” quando a coisa não vai bem (basta  depositar maior importância em leituras e estudo autônomo e dizer que esta é a solução para o  aluno). Você verá que a questão nunca foi o preço, mas, sim, a estratégia.

No IDEG, um curso teórico é completo. Não há aprofundamento a ser comprado posteriormente.  Nós tiramos o(a) aluno(a) do mínimo para a capacitação plena – em conteúdo – para o TPS e para as fases discursivas. Não existe “meio curso”. O seu investimento não será dobrado ou triplicado em cursos de aprofundamento. Peço que faça as contas de quanto você gastaria consumindo um curso básico  e depois complementando sua preparação. Não precisa ir longe. Some o quanto você gastará comprando um pacote completo de matérias (sabendo que será pouco efetivo, afinal, é impossível estudar tudo de uma vez em um semestre ou um ano) e depois tendo que fazer cursos  complementares para cada uma das matérias. Logo, a segunda justificativa para o preço do IDEG é que vendemos serviços definitivos que reduzem (ou mitigam) o risco de novo investimento.

Sugestão: reflita comigo. Qual o sentido em comprar um curso teórico que vai lhe dar apenas uma  parte do conteúdo ou uma profundidade básica? É o mesmo que lhe dizer “olha, estou te vendendo isso hoje, mas saiba que ele não serve para nada ainda, tá? Se você for fazer o TPS ou as discursivas não vai rolar. Saiba que este esforço financeiro deverá ser complementado se você quiser estar razoavelmente preparado”. Como professor, se eu sei a profundidade necessária para a prova, eu me sentiria “escondendo meu potencial” de aula apenas para capitalizar no futuro com a venda de novos cursos sobre os mesmos assuntos. Como vou dar uma aula mais ou menos?

O IDEG foi montado de modo a fornecer uma experiência real de preparação para o CACD. Portanto, não vendemos pacotões com todas as matérias para um aluno, e sim matérias avulsas. Sem medo de generalizar: não conheço um(a) só aprovado(a) que indique comprar um pacote fechado de  disciplinas. Afinal, como controlar a qualidade da compra se você não escolhe o docente? Óbvio, né? Nós sabemos que a preparação é de longo prazo e indicamos que sejam compradas poucas matérias por ciclo de estudo. Você terá o maior aproveitamento, construirá o melhor material e sua  preparação durará algo em torno de dois anos e meio. Sem investimentos dobrados, sem pressa e sem correr mais riscos. Estamos falando de um desembolso de mais ou menos R$ 430,00 mensais para esta dinâmica. Oferecemos orientação pedagógica e atendimento psicológico gratuitos para  que você possa organizar seus ciclos de estudo de forma assistida e prezar pelo equilíbrio  emocional quando a coisa apertar. A terceira justificativa para o preço do IDEG é que nosso  atendimento pedagógico é qualificado e técnico para que você tenha maior aproveitamento  possível dos serviços dentro e fora de sala.

Sugestão: quando for avaliar o investimento em um curso, considere o tempo como um gasto importante. Comprar cursos baratos e pouco técnicos (até hoje não vi cursos de qualidade baratos no universo cacdista) ou pacotes fechados de matérias (em que você não controla quem são os docentes e recebe uma montanha de aulas de forma absolutamente passiva pela escassez de  tempo para reter devidamente o que foi ensinado de forma rápida) fará com que você perca  dinheiro e tempo. Acredite, você perderá dinheiro. Pode parecer pouco hoje, mas lhe fará falta no  futuro quando você precisar corrigir os problemas em sua preparação.

Quando fundei o IDEG, criei uma norma dizendo que os docentes precisam ser referência em suas disciplinas para fazer parte da nossa equipe, todos precisam corresponder a essas expectativas.  Aqueles professores que por acaso não sejam referenciais no CACD ainda sempre passam por um trabalho profundo de preparação e treinamento, dirigido por mim e outros docentes experientes, para entregarem o seu melhor aos alunos, passando por turmas pilotos e outros processos até figurarem em nosso quadro ativo. Ou seja, não há espaço para amadores no IDEG. Como contrapartida, oferecemos uma remuneração que é mais ou menos o triplo da remuneração do  mercado ao docente. A quarta justificativa para o preço do IDEG é que a qualidade docente buscada  (e a estabilidade do quadro) atrai pessoas qualificadas que realmente se dedicam à preparação do CACD há anos e que, por acaso, algumas delas se tornaram diplomatas. Portanto, é justo que sejam  muito bem remuneradas, já que oferecem qualidade total.

Sugestão: ao avaliar o corpo docente de uma escola ou um(a) professor(a) particular, procure saber de onde vem a “autoridade” que lhe é vendida. A técnica foi desenvolvida há anos e de forma  contínua (e é reconhecida por pessoas que usaram as aulas e reconhecem sua eficácia) ou o CACD é um passatempo e complemento de renda? Quem está lhe vendendo algo é alguém reconhecido pela eficácia do trabalho na aprovação dos alunos ou você está comprando a imagem de alguém que passou na prova aplicando um método que serviu em um tempo determinado e que você  não consegue achar correspondência em aprovados que estudaram com a pessoa? O docente possui competência reconhecida de forma autônoma ou está escondido em um pacote que tem um ou dois nomes de relevância?

Por fim, uma relação econômica básica: demanda e oferta. Se tomarmos todo o universo de cacdistas que realmente investem na preparação teremos 1.500 pessoas com consumo estável. Um  grande amigo, dono de um curso preparatório para a carreira jurídica, me passou os seguintes números de alunos da OAB e da PF, nos últimos quatro anos, matriculados em sua escola (on-line e  presencial): 30.000 e 9.000, respectivamente. Em um único cursinho. Não preciso dizer que os custos médios do universo do CACD são assustadoramente maiores do que aqueles verificados em concursos abertos. Meu amigo não tem pedagogo, psicólogo, atendimento humanizado e os maiores nomes docentes do mercado em sua carteira de custos. A quinta justificativa para o preço do IDEG é a relação “restrição natural de demanda x custos de qualidade”. Eu adoraria diluir os custos por mais pessoas e baixar o preço. Mas teria que abrir mão da qualidade e do método, e descarregar nas costas do meu aluno o risco total do fracasso, camuflando um discurso. Mas, então, não seria mais o IDEG, afinal, esta escola não nasceu para isso.

Sugestão: ao invés de pensar em sua preparação de modo global, logo no início, monte ciclos de estudo. Você não precisa pagar R$ 20.000,00 para ninguém em um ano. Você pode definir um desembolso médio mensal e administrar esta quantia ao longo de sua preparação, alocando em qualidade. Fazendo um estudo definitivo. A média de anos de estudo para o CACD é de 4 ou 5 anos. Com ciclos bem definidos e racionais, você consegue estudar com extrema qualidade, desembolsando entre R$ 250,00 e R$ 450,00 mensais. Este é um investimento natural para quem  decide buscar um cargo que paga R$ 19.900,00 ao mês para o resto da vida. Agora, tente analisar o  impacto que um curso sem qualidade ou um pacote sem eficácia teria nesta conta, neste fluxo temporal de preparação. Você verá o que quero dizer com qualidade. O efeito é devastador.

O IDEG é, de longe, o curso que mais se esforça no sentido de incluir, garantindo a qualidade, no  mercado. Constantemente, trabalhamos com descontos e promoções para o público em geral, veja nosso site e nossa rede social. Além disso, temos normas de trabalho e conduta de colaboradores destinados a garantir um ambiente de estudo on-line seguro para mulheres, sobretudo àquelas que são mães. Ao todo, temos hoje 60 bolsistas (com bolsas integrais em todas as disciplinas) que desempenham inúmeras atividades (nenhuma delas pedagógica) e fechamos parceria com o Grupo de Mentoria Mônica de Menezes (iniciativa linda de diplomatas, procurem saber) concedendo 61 bolsas a negros e negras em um valor nunca visto no universo cacdista (R$ 80.169,50). Estas pessoas serão incluídas no que há de melhor. Isso é criar acesso, criar a comunidade IDEG.

Por tudo isso, seria uma péssima estratégia tentar romper a elitização destruindo a qualidade da preparação que o IDEG oferece. O correto é explicar às pessoas os esforços necessários para a efetividade de uma proposta de estudo e fazer com que elas não gastem dinheiro no que julgam “barato”, para depois gastarem novamente com o que funciona. O que elitiza o CACD, porque aumenta o custo, é justamente o investimento duplicado gerado pela ineficiência de métodos e pelas assimetrias de informação que capturam a renda de vocês sem entregar soluções efetivas.

O IDEG tem sido o único curso que realmente levanta a bandeira da qualidade neste mercado. Que acredita na inclusão (vide iniciativas acima) a partir da elevação da preparação e não do seu rebaixamento. Seria muito cômodo difundir a ideia de que é possível rebaixar preços para democratizar/deselitizar a preparação abrindo mão da qualidade. Porque é lucrativo, como já  expliquei. Difícil (mas correto) é gerar acesso “bancando” esta política. O IDEG é quem mais luta  pelo acesso e pela menor elitização do CACD, porque nós pagamos caro por isso. Aliás, por um  problema que nem é tão nosso. Não fui eu quem criou uma prova com quatro idiomas e disciplinas específicas que demanda total especialização na capacitação, o que tem alto custo. Acreditem, nós  estamos no mesmo barco, no mesmo mar, disputando com as mesmas ondas.

Minha recomendação é a seguinte: façam como os(as) aprovados(as) indicam. Peguem poucas matérias por vez (que caibam em seu tempo e bolso), só trabalhem com máxima qualidade, não tentem acelerar o tempo porque o risco aumenta e fujam de investimentos  dobrados. Coloque tudo isso na mesa e vocês verão como o IDEG não é tão caro assim.

Não há nada mais importante do que compreender perfeitamente como o mercado do CACD está montado. Com isso, vocês estarão menos expostos às assimetrias de informação, estudarão melhor e com orientação apropriada.

Marcello Bolzan