
Independência do Brasil no CACD: conflitos e cobrança
Independência do Brasil no CACD: entre conflitos regionais e construção da unidade
A Independência do Brasil, celebrada desde o Império, permanece em debate na historiografia. Pesquisadores analisam contradições, disputas políticas, negociações e conflitos militares que moldaram o processo. Ao mesmo tempo, evidenciam desigualdades regionais e a ação estratégica das elites. Assim, a imagem do grito às margens do Ipiranga ganha proporção histórica. Por isso, o tema exige leitura crítica, para além dos manuais escolares. Desse modo, entendemos a Independência como um processo de construção da unidade nacional. Se você se prepara para o CACD, confira abaixo mais detalhes e veja como o assunto aparece na prova.
Uma independência disputada e em construção
A construção da Independência foi marcada por desigualdades regionais, pressões internacionais, resistência local e ação estratégica das elites. Em muitos casos, a ruptura com Portugal exigiu negociação política e enfrentamento militar — como demonstra o professor Hélio Franchini, ex-docente do IDEG e diplomata de carreira, em sua análise sobre o tema.
Na live “Independência e Morte?”, Franchini propõe uma leitura mais realista do processo de 1822. Segundo ele, a unidade nacional foi conquistada “na ponta da baioneta”, especialmente em regiões como a Bahia, o Piauí e o Maranhão. Ao destacar episódios como a batalha do Jenipapo e o cerco de Salvador, ele mostra que o apoio ao projeto de Dom Pedro I estava longe de ser unânime — e que o uso da força foi decisivo para consolidar o novo Estado brasileiro.
O papel das elites e a formação do Estado
A professora de História do Brasil do IDEG, Natasha Piedras, também analisa esse período a partir do conceito de “formação do Estado nacional”. Em suas aulas, ela destaca como a Independência foi construída por meio de alianças entre grupos regionais, que, apesar das diferenças, viam no projeto imperial uma possibilidade de reorganização da ordem política e social.
Para Natasha, a guerra da Independência foi travada tanto nas armas quanto nos discursos — e entender essa ambivalência é essencial para compreender os desafios da soberania, da centralização do poder e da exclusão social que marcam a história política do Brasil.
“A ideia de uma independência pacífica é mais uma construção simbólica do que um retrato fiel dos eventos. Houve conflito, resistência e rearranjos complexos, muitos dos quais ecoam até hoje.” — Natasha Piedras
Como o CACD cobra o tema da Independência
No CACD, a cobrança é interdisciplinar e cumulativa; desse modo, a Independência aparece articulada a processos regionais, marcos jurídicos e disputas no sistema internacional, em diferentes etapas da prova. Veja alguns exemplos:
História do Brasil
- Análise da guerra da Independência em diversas províncias (BA, PI, MA);
- Papel das elites regionais e suas estratégias de adesão ou resistência;
- Comparações com movimentos de independência na América Hispânica e nos EUA;
- Críticas à visão tradicional do “grito do Ipiranga”.
História Mundial
- Inserção do Brasil no contexto da crise do Antigo Regime, das revoluções atlânticas e da era napoleônica;
- Influência das revoluções liberais e da circulação de ideias iluministas;
- Comparação com os processos de independência nas colônias espanholas.
Política Internacional
- Reconhecimento internacional da Independência e negociações com o Reino Unido;
- Impactos geopolíticos da criação do Império do Brasil;
- Disputas com países vizinhos, como no caso da Cisplatina.
Direito Interno
- Interpretação jurídica da ruptura com Portugal;
- Fundamentos da primeira Constituição brasileira (1824);
- Tensão entre centralização e autonomia regional no modelo constitucional.
Por que estudar a Independência com profundidade para o CACD?
Mais do que uma efeméride, o 7 de setembro é uma oportunidade para refletir sobre como o Brasil se constituiu como nação — e por que a narrativa tradicional ainda precisa ser revisitada à luz da historiografia crítica e dos documentos oficiais.
No CACD, compreender as nuances do processo histórico, incluindo os conflitos internos e os jogos de poder, é o que permite aos candidatos produzirem redações analíticas, responderem com precisão às questões objetivas e enxergarem conexões entre diferentes disciplinas.
Como se aprofundar no tema
A Independência do Brasil é um tema transversal no CACD e pode ser explorada sob diversas abordagens: os impactos regionais e a centralização política; os processos de construção do Estado nacional; os desafios da formação identitária; e as implicações diplomáticas e jurídicas no contexto internacional.
Nos cursos teóricos do IDEG, você aprofunda o tema da Independência a partir de diferentes abordagens. Cada disciplina contribui com uma chave específica de análise:
- História do Brasil – A professora Natasha Piedras investiga como a Independência integrou o processo de formação do Estado imperial. Ela destaca os conflitos regionais e as disputas pela memória nacional.
- História Mundial – Ainda com Natasha Piedras, você entende o impacto das ideias iluministas e das revoluções atlânticas. Ela relaciona esses eventos às especificidades do caso brasileiro.
- Política Internacional – O professor Thomaz Napoleão analisa como o Brasil buscou reconhecimento externo após a ruptura. Ele também mostra como o país se inseriu no cenário geopolítico do século XIX.
- Direito Internacional – Com o professor Pedro Sloboda, você compreende os fundamentos jurídicos para o reconhecimento de novos Estados. Ele explica como o direito internacional amparou o processo de separação do Brasil.
- Direito Interno – O professor Philippe Raposo investiga os efeitos constitucionais da ruptura com Portugal. Ele destaca a construção da ordem jurídica e os desafios da centralização do poder.
Conteúdos relacionados
Por isso, se você deseja aprofundar ainda mais sua compreensão sobre a Independência e seus desdobramentos, explore também os conteúdos abaixo:
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- Live – Independência e Morte? (com Hélio Franchini) – Franchini apresenta seu livro e, assim, questiona o mito da “independência pacífica”; por isso, destaca a guerra de unificação (1822–23), o cerco de Salvador e Jenipapo.
- Inconfidência Mineira no CACD – Neste post, você descobre como o movimento de 1789 antecipou temas centrais da Independência. O texto também ajuda a entender o papel das elites regionais.
- Fio da Meada – Do Itamaraty ao Acre – No episódio de estreia do podcast, Adler Silva explora marcos da construção do Estado brasileiro. Ele conecta território, diplomacia e história de forma leve e estratégica.