
Lançamento do Fórum Integrado de Comércio e Mudança do Clima – IFCCT
IFCCT e comércio: como o Brasil lidera a agenda climática
O lançamento do IFCCT e comércio na COP30 representa um marco na governança internacional. O Fórum abre um espaço permanente para debater como comércio e política climática se cruzam, buscando harmonizar os interesses ambientais e de desenvolvimento. O **IFCCT** será co-presidido pelo Brasil e por um país desenvolvido parceiro, sendo aberto a todas as Partes da UNFCCC. Além disso, o Fórum responderá ao chamado do primeiro Balanço Global do Acordo de Paris.
Comércio e clima: um nó difícil de desatar — até agora
Nas últimas décadas, a tensão entre metas ambientais e regras de comércio internacional vem crescendo. Instrumentos como tarifas de carbono, ajustes de fronteira e **barreiras verdes** têm gerado controvérsias, especialmente entre economias desenvolvidas e países do **Sul Global**. O IFCCT surge, portanto, como uma plataforma política de diálogo e negociação. Embora não tenha caráter normativo imediato, é um espaço para construir soluções entre duas agendas que, frequentemente, são tratadas separadamente.
O que muda com o IFCCT
O novo fórum traz três grandes inovações para o debate global:
- Integração de agendas: Permite compatibilizar metas de descarbonização com normas do comércio internacional.
- Espaço inclusivo: Prevê a participação de países desenvolvidos e em desenvolvimento, setor privado, sociedade civil e especialistas, valorizando a **justiça climática** e a **equidade** entre nações.
- Flexibilidade e construção coletiva: A agenda do fórum será construída via consultas abertas até 2026, permitindo que os países definam prioridades comuns.
O papel estratégico do Brasil
O Brasil — sede da COP30 — lidera essa iniciativa e estará na copresidência, buscando oferecer uma alternativa ao impasse crescente entre regras comerciais e compromissos climáticos. Para o país, o IFCCT representa uma oportunidade de defender os interesses do Sul Global e evitar que medidas ambientais se convertam automaticamente em barreiras ao comércio e ao desenvolvimento. Além disso, o fórum surge no momento em que mercados de carbono, cadeias de valor e padrões de produção sustentável estão sendo reconfigurados, abrindo espaço para o Brasil influenciar a redefinição das regras globais.
Como se aprofundar no tema
Nos cursos teóricos do IDEG, você estuda esses assuntos com profundidade e sob múltiplas perspectivas. Afinal, cada disciplina oferece uma chave própria de análise:
Política Internacional – O professor e diplomata Thomaz Napoleão analisa o IFCCT a partir da lógica da **governança econômica internacional**. Ele explora as disputas sobre padrões climáticos globais e o esforço dos países do **Sul Global** para evitar que a agenda ambiental se transforme em barreira comercial. Entre os pontos explorados, destacam-se: como o fórum busca reequilibrar o debate global sobre clima e comércio; e os impactos do IFCCT sobre tensões recentes envolvendo **tarifas de carbono** e mecanismos de ajuste de fronteira.
Direito Internacional Público – O professor e diplomata Pedro Sloboda aborda o tema pela perspectiva jurídica. Ele examina como o IFCCT se insere no arcabouço normativo internacional que envolve comércio, **meio ambiente** e **desenvolvimento sustentável**. Entre os elementos desenvolvidos, incluem-se: o potencial do IFCCT para influenciar práticas internacionais, **soft law** e futuros entendimentos entre Estados sobre compatibilização entre regras comerciais e compromissos climáticos.
Geografia – O professor Thiago Rocha trata o IFCCT à luz das dinâmicas territoriais e produtivas que estruturam a economia global contemporânea. Ele analisa como as políticas climáticas adotadas por grandes economias afetam **cadeias produtivas**, **fluxos comerciais** e a competitividade de setores estratégicos. Por fim, o professor discute a necessidade de **transições energéticas justas** e de financiamento internacional para países em desenvolvimento.
