Atualidades CACD: BP brasileiro e perspectiva econômica

Atualidades CACD: BP brasileiro e perspectiva econômica

Atualidades para o CACD! Confira duas notícias que irão te atualizar sobre a situação do BP brasileiro e quais são as perspectivas econômicas para os próximos anos.

Afinal, com um governo que visa a aplicação de novas medidas para conter os problemas brasileiros com o balanço de pagamentos, é fundamental estar atento a este tema.

Além disso, é importante observar com atenção as matérias abaixo. Pois, em 2018 houve uma questão que tratava diretamente da crise brasileira e de conceitos básicos de Economia Internacional. Ou seja, buscando do(a) candidato(a) o entendimento sobre economias abertas e a movimentação internacional de capitais.

As notícias abaixo convergem com alguns tópicos do edital IRBr 2018:

2.6.5 Conceitos Básicos da Regulação e Supervisão do Sistema bancário, financeiro e do Mercado de Capitais.

2.7 Crescimento e Desenvolvimento Econômico

2.7.8 Arranjos institucionais e desenvolvimento econômico.

3.2 Macroeconomia aberta

3.2.1 Os fluxos internacionais de bens, capitais e serviços.

3.3 Comércio e Investimentos Internacionais

4.11.1 A situação das contas públicas e seus impactos sobre a economia brasileira.

Portanto, sem mais delongas, vamos às notícias!

 

“Sinais mistos nas contas externas

Notas e Informações, O Estado de S.Paulo | 29 Janeiro 2019 | 03h00

Fonte: <https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,sinais-mistos-nas-contas-externas,70002698351>

Comércio e contas externas exigem profissionalismo

Com reservas de US$ 374,7 bilhões, balança comercial com amplo superávit e ingresso ainda robusto de investimentos estrangeiros diretos, o presidente Jair Bolsonaro recebe as contas externas do País em condições bem satisfatórias. O investimento direto de US$ 88,3 bilhões é dinheiro suficiente para cobrir seis vezes o déficit de US$ 14,5 bilhões nas transações correntes. O volume de reservas proporciona segurança em relação à dívida externa. Do lado do balanço de pagamentos, nenhuma grande pressão imediata se manifesta – um importante dado favorável para um governo forçado a enfrentar, desde o primeiro mês, o mau estado das finanças públicas e o desafio da reforma da Previdência. Mas, apesar desses números, a equipe econômica deve dar atenção a alguns sinais de perigo no balanço de pagamentos de 2018.

O primeiro sinal de alerta aparece no comércio de bens. As exportações ainda superaram as importações por uma diferença de US$ 53,6 bilhões, um resultado satisfatório, embora inferior ao do ano passado, quando o superávit comercial chegou a US$ 64 bilhões.

Isso ocorreu porque o valor faturado com as vendas ao exterior, de US$ 239 bilhões, foi 10% maior que o de 2017, enquanto o dispêndio com os bens importados, de US$ 185,4 bilhões, foi 21% maior que o do ano anterior. Isso se explica em parte por um fator positivo: a economia cresceu mais do que um ano antes e a demanda por bens estrangeiros aumentou sensivelmente. Mas é muito recomendável dar atenção a esse descompasso.

No Brasil, um sólido superávit comercial é sempre necessário para compensar o déficit nas contas de serviços e de rendas. Essa característica do balanço de pagamentos brasileiro poderá ser superada algum dia, mas ainda vai perdurar, com certeza, por vários anos.

É essencial, portanto, dar atenção às condições enfrentadas pelos exportadores, especialmente quando persistem sinais de deterioração no mercado global. Isso decorre principalmente do conflito entre os governos americano e chinês. O volume global de comércio foi afetado em 2018 e poderá ser mais prejudicado em 2019, se as tensões perdurarem.

É fundamental o governo manter-se atento a riscos e a oportunidades, mas é sobretudo imperioso evitar perdas decorrentes de erros políticos. A Arábia Saudita, importante compradora de carne de aves, descredenciou há poucos dias cinco frigoríficos brasileiros, numa evidente resposta ao plano do governo Bolsonaro de mover a embaixada em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém. Nenhum critério racional justifica essa mudança e o mais elementar pragmatismo comercial a torna desaconselhável.

Antes da posse do presidente Bolsonaro houve também um começo de desentendimento com o governo chinês, motivado por declarações descuidadas do vencedor da eleição brasileira. A China é o principal mercado importador de produtos básicos brasileiros. Desconhecer esse detalhe é um sintoma de despreparo para ações de alcance internacional. O governo deve estar pronto para agir com firmeza e até dureza quando o interesse político ou econômico do País o exige. Ações e palavras impensadas são incompatíveis com o exercício da função pública.

Finalmente, é preciso dar atenção aos sinais de insegurança dos investidores internacionais.

Em 2018, chegaram a US$ 12 bilhões as saídas líquidas de dinheiro aplicado em ações, fundos de investimento e títulos de renda fixa negociados no mercado interno. No ano anterior, registrou-se ingresso líquido de US$ 226 milhões. Tensões internacionais podem explicar total ou parcialmente as saídas ocorridas em 2018. Em qualquer caso, é preciso pensar em como manter o Brasil como um destino atrativo para capitais de todos os tipos. Isso exige um preparo muito maior que o exibido pelo presidente Bolsonaro em Davos, na semana anterior.

Contas externas fechadas com sucesso em 2018 são um bônus inegável. Não justificam, no entanto, amadorismo no tratamento do comércio e das finanças internacionais.”

 

De acordo com o Fórum Econômico Mundial (FEM) 2019, em Davos, é importante observarmos os esforços do presidente, para atrair investimentos estrangeiros e garantir que a economia Brasileira está em recuperação.

 

“Bolsonaro em Davos em 4 pontos: reformas, meio ambiente, ideologia e direitos humanos

Presidente não ofereceu detalhes sobre seus futuros projetos, mas cumpriu roteiro pró-abertura de mercado e não falou em antiglobalismo, marca de seu chanceler.

Fonte: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/22/politica/1548175604_469971.html>

Em seu debut em eventos internacionais, o presidente Jair Bolsonaro fez um brevíssimo discurso na abertura da sessão plenária do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Bolsonaro afirmou que um dos seus principais compromissos será abrir a economia brasileira e se comprometeu com reformas, mas sem dar detalhes sobre o novo projeto para a Previdência, um dos assuntos mais esperados pelos mercados financeiros. Analisamos em cinco pontos o discurso de cerca de oito minutos, um dos mais curtos na história das aberturas do evento.

1 – Reformas: “Gozamos de credibilidade para fazer as reformas de que precisamos e que o mundo espera de nós”

O presidente citou apenas que seu Governo goza “de credibilidade para fazer as reformas de que precisamos e que o mundo espera de nós”. Bolsonaro afirmou ainda que sua equipe irá diminuir a carga tributária e facilitar a vida de quem quer empreender, investir e gerar empregos no País. Prometeu que o Brasil estará, ao final do seu mandato, entre os 50 melhores lugares para fazer negócios do planeta (hoje está na posição 109o no ranking do Banco Mundial). Se havia uma expectativa de que o presidente se comprometesse com a reforma da Previdência, Bolsonaro a desfez na véspera do discurso. Enquanto alguns investidores consideram decepcionante, outros acharam que ao menos o presidente se comprometeu com o suficiente.

2 – Meio ambiente: “Nossa missão é avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico”

Foi o trecho mais inusitado do discurso. Bolsonaro, que costuma dizer que há uma indústria da multa ambiental e escolheu ministro do Meio Ambiente criticado pelos ambientalistas, se preocupou em rebater críticas e desconfianças internacionais em relação à sua política de preservação ambiental. O presidente afirmou que o País é o que mais preserva o meio ambiente. Segundo Bolsonaro, a agricultura ocupa apenas 9% do território brasileiro, e a pecuária, menos de 20%.

Apesar de ter enfatizado o tema mais de uma vez em sua fala, quando questionado pelo fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, sobre quais medidas práticas tomaria para preservar o meio ambiente, Bolsonaro repetiu o que já tinha dito e se esquivou de dar detalhes, mesmo em um cenário de incertezas geradas pelo Brasil após o país se recusar em sediar a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, COP25.

3 – Ideologia: um pouco Guedes, um pouco Ernesto Araújo

Em outro trecho do discurso, o presidente afirmou que as relações internacionais serão dinamizadas pelo ministro Ernesto Araújo, que implementará uma política na qual o “viés ideológico” deixará de existir. Araújo, um antiglobalista e admirador de Donald Trump, tem preferido elogiar países que vivem guinada de extrema direita, como a Hungria e a Polônia, numa retórica que preocupa aliados. Na sessão de perguntas, Bolsonaro insistiu, quando questionado sobre o Mercosul, que a América do Sul quer ser grande, mas que hoje ela está “ficando livre da esquerda, algo que acredito ser bom para o Brasil e o mundo”.

Ainda assim, Bolsonaro não se alinhou ao chanceler. O presidente também acenou para o multilateralismo. “Estamos aqui porque queremos, além de aprofundar nossos laços de amizade, aprofundar nossas relações comerciais”, disse. O presidente também defendeu a OMC (Organização Mundial do Comércio), comandada por um brasileiro (ponto para Paulo Guedes). Temas mais específicos, como a proposta de mudança da embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém, que provoca retaliação dos países árabes, e a saída do Brasil do pacto de migrações também não foram mencionados.

4 – Direitos humanos “verdadeiros” e Deus acima de tudo

A não ser com respeito ao meio ambiente, Bolsonaro não abriu mão de reforçar alguns motes da época de sua campanha eleitoral e seu alinhamento conservador e de ultradireita, com o questionamento do conceito de direitos humanos. Falou em defender os “direitos humanos verdadeiros”, ma sem fornecer detalhe algum sobre a diferenciação. Terminou o discurso com seu slogan “Deus acima de tudo.”

LEIA O DISCURSO NA ÍNTEGRA

Boa tarde a todos!
Muito obrigado, professor Schwab!

Agradeço, antes de mais nada, o convite para participar deste fórum e a oportunidade de falar a um público tão distinto.

Agradeço também a honra de me dirigir aos senhores já na abertura desta sessão plenária.

Esta é a primeira viagem internacional que realizo após minha eleição, prova da importância que atribuo às pautas que este fórum tem promovido e priorizado.

Esta viagem também é para mim uma grande oportunidade de mostrar para o mundo o momento único em que vivemos em meu país e para apresentar a todos o novo Brasil que estamos construindo.

Nas eleições, gastando menos de 1 milhão de dólares e com 8 segundos de tempo de televisão, sendo injustamente atacado a todo tempo, conseguimos a vitória.

Assumi o Brasil em uma profunda crise ética, moral e econômica. Temos o compromisso de mudar nossa história.

Pela primeira vez no Brasil um presidente montou uma equipe de ministros qualificados. Honrando o compromisso de campanha, não aceitando ingerências político-partidárias que, no passado, apenas geraram ineficiência do Estado e corrupção.

Gozamos de credibilidade para fazer as reformas de que precisamos e que o mundo espera de nós.

Aqui entre nós, meu ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o homem certo para o combate à corrupção e o combate à lavagem de dinheiro.

Vamos investir pesado na segurança para que vocês nos visitem com suas famílias, pois somos um dos primeiros países em belezas naturais, mas não estamos entre os 40 destinos turísticos mais visitados do mundo. Conheçam a nossa Amazônia, nossas praias, nossas cidades e nosso Pantanal. O Brasil é um paraíso, mas ainda é pouco conhecido!

Somos o país que mais preserva o meio ambiente. Nenhum outro país do mundo tem tantas florestas como nós. A agricultura se faz presente em apenas 9% do nosso território e cresce graças a sua tecnologia e à competência do produtor rural. Menos de 20% do nosso solo é dedicado à pecuária. Essas commodities, em grande parte, garantem superávit em nossa balança comercial e alimentam boa parte do mundo.

Nossa missão agora é avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente e da biodiversidade com o necessário desenvolvimento econômico, lembrando que são interdependentes e indissociáveis.

Os setores que nos criticam têm, na verdade, muito o que aprender conosco.

Queremos governar pelo exemplo e que o mundo restabeleça a confiança que sempre teve em nós.

Vamos diminuir a carga tributária, simplificar as normas, facilitando a vida de quem deseja produzir, empreender, investir e gerar empregos.

Trabalharemos pela estabilidade macroeconômica, respeitando os contratos, privatizando e equilibrando as contas públicas.

O Brasil ainda é uma economia relativamente fechada ao comércio internacional, e mudar essa condição é um dos maiores compromissos deste Governo.

Tenham certeza de que, até o final do meu mandato, nossa equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes, nos colocará no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios.

Nossas relações internacionais serão dinamizadas pelo ministro Ernesto Araújo, implementando uma política na qual o viés ideológico deixará de existir.

Para isso, buscaremos integrar o Brasil ao mundo, por meio da incorporação das melhores práticas internacionais, como aquelas que são adotadas e promovidas pela OCDE.

Buscaremos integrar o Brasil ao mundo também por meio de uma defesa ativa da reforma da OMC, com a finalidade de eliminar práticas desleais de comércio e garantir segurança jurídica das trocas comerciais internacionais.

Vamos resgatar nossos valores e abrir nossa economia.

Vamos defender a família e os verdadeiros direitos humanos; proteger o direito à vida e à propriedade privada e promover uma educação que prepare nossa juventude para os desafios da quarta revolução industrial, buscando, pelo conhecimento, reduzir a pobreza e a miséria.

Estamos aqui porque queremos, além de aprofundar nossos laços de amizade, aprofundar nossas relações comerciais.

Temos a maior biodiversidade do mundo e nossas riquezas minerais são abundantes. Queremos parceiros com tecnologia para que esse casamento se traduza em progresso e desenvolvimento para todos.

Nossas ações, tenham certeza, os atrairão para grandes negócios, não só para o bem do Brasil, mas também para o de todo o mundo.

Estamos de braços abertos. Quero mais que um Brasil grande, quero um mundo de paz, liberdade e democracia.

Tendo como lema “Deus acima de tudo”, acredito que nossas relações trarão infindáveis progressos para todos.

Muito obrigado.”

 

Confira a notícia relacionada ao tema que caiu no TPS de 2018:

“(IRBr – 2018 – Questão 70)Tendo em vista que o movimento internacional de capitais tem recebido grande atenção da literatura econômica, particularmente com o aprofundamento do processo de globalização financeira nos últimos vinte e cinco anos, julgue (C ou E) os itens seguintes, acerca do movimento internacional de capitais e seus impactos.

 

1 A estrutura do balanço de pagamentos permite compreender o movimento internacional de capitais. Nesse movimento, a conta de serviços registra os pagamentos (e os recebimentos) de serviços da dívida externa (juros) e o serviço do capital de risco (lucros e dividendos), doações e repatriações.

2 Do ponto de vista dos impactos, pode-se considerar que o investimento direto é um tipo de capital de longo prazo, mais resiliente a crises, com efeitos potencialmente positivos sobre uma economia por se tratar de uma das formas de internacionalização da produção, permitindo que um país tenha acesso a tecnologia, bens ou serviços originários de outros países.

3 Embora sejam determinantes expressivos do desempenho econômico dos países, as tendências, flutuações e composição dos fluxos internacionais de capitais têm baixíssimo impacto nas diretrizes ou escolhas de política econômica em uma economia aberta.

4 Um dos problemas mais preocupantes do movimento internacional de capital ocorre quando a saída dos fluxos se dá repentinamente, pressionando o câmbio e colocando em risco a manutenção da estabilidade financeira. Em países que fizeram a liberalização financeira com implementação de políticas para limitar o excesso de volatilidade, as regulações prudenciais desempenham papel fundamental e preventivo na contenção desses riscos.”